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Você sabe o que é metaverso e quais são os possíveis desafios?
11 de julho de 2022
Que o metaverso está na boca do povo não é segredo para ninguém. Mas você sabe, realmente, o que é metaverso, quais oportunidades de negócios, quais desafios e pontos de atenção legais esse novo conceito pode trazer para empresas e pessoas físicas?
O que é metaverso?
A palavra que tem origem etimológica do grego e seu significado é “além do universo”, com o sentido de se referir aos diversos mundos que podem se conectar, foi usada pela primeira vez por Neal Stephenson no romance Snow Crash. Na história, Hiro Protagonist é entregador de pizzas no mundo real e, no metaverso, é um príncipe samurai. A obra é um clássico para a cultura cyberpunk.
O metaverso pode ser entendido, assim, como um espaço virtual compartilhado que vai promover uma integração cada vez maior e mais autêntica entre a realidade virtual e a realidade física – tudo isso em tempo real. Na realidade, há quem defina que o metaverso está muito mais relacionado ao tempo do que de fato a um espaço.
Afinal, no metaverso poderemos realizar as atividades do dia a dia, como trabalhar, fazer compras, apreciar museus, assistir shows, jogar, se exercitar, fazer reuniões, treinamentos, ter aulas e socializar de modo geral, de uma maneira muito mais imersiva do que já fazemos hoje em dia.
A experiência no metaverso já vem sendo experimentada há mais tempo nos videogames, em jogos em que os jogadores utilizam avatares em um ambiente de realidade virtual, aumentada e /ou expandida.
Como setor pioneiro na exploração do metaverso, os games têm sido palcos de diversas parcerias entre marcas focadas nos mais diversos nichos que já estão buscando entender as oportunidades que os metaversos prometem.
Metaverso e as múltiplas possibilidades
De acordo com o relatório “The Metaverse Web 3.0 Virtual Cloud Economies”, do Fundo de criptomoedas Grayscale, as oportunidades de negócios envolvendo o mercado do metaverso poderão atingir receitas anuais de até US$ 1 trilhão.
Nesse contexto, compreender o que significa esse potencial virtual é essencial não apenas para todos aqueles que buscam oportunidades, mas também para quem se preocupa em se proteger dos novos riscos inerentes.
Por isso, o contexto trazido pelo metaverso e a propriedade intelectual dos ativos envolvidos ganham relevância.
Para as marcas adaptadas a esse cenário surgem novos desafios, como titularidade de ativos criados por avatares, licenciamento de diferentes naturezas, como de conteúdo, marca e imagem, e colaborações entre empresas e pessoas para lançarem novos ativos digitais.
Segundo Camila Garrote, advogada da área de Propriedade Intelectual, Inovação e Tecnologia do Demarest, um outro desafio é também entender como e quando uma marca deve entrar no metaverso, em especial no mundo dos jogos, dado que a ação de marketing precisa ser muito bem costurada para atrair os usuários e os fazerem sair do curso natural do jogo para vivenciarem a experiência oferecida.
Com tantas possibilidades surgindo para o futuro próximo, como fica a questão da proteção de ativos?
Como toda tecnologia nova, algumas questões ainda estão sem respostas. Os titulares de uma marca, por exemplo, terão um desafio enorme para monitorar eventuais violações nos mais diversos metaversos, principalmente, pensando na efetividade e na preservação da distintividade da marca.
Outro ponto importante é que os metaversos têm de ser para todos, ou seja, uma experiência inclusiva e não excludente. Também há de se pensar sobre a portabilidade dos ativos de um metaverso para o outro.
Outra questão muito sensível será a dos contratos firmados para se colocar um projeto em metaverso de pé. Cláusulas compatíveis e adequadas a este tipo de realidade e suas peculiaridades são de extrema relevância. É fundamental construir uma estrutura contratual que cubra as várias facetas dos negócios gerados.
Além disso, assim como tudo que envolve o virtual e digital, a segurança deve ser um dos principais pontos a tratar. Nesse sentido, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais — que foi criada para estabelecer diretrizes obrigatórias para coleta, processamento e armazenamento de dados pessoais — da mesma forma precisa ser considerada.
Tatiana Campello, sócia da área de Propriedade Intelectual, Inovação e Tecnologia do Demarest acrescenta que será importante observar as boas práticas, tanto na propriedade intelectual quanto na privacidade e segurança da informação. Segundo ela, sem respostas absolutas por enquanto, dentro do metaverso, que ainda está em construção, empresas e usuários precisarão analisar com cautela exatamente onde e como vão investir seu tempo e dinheiro.
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