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Práticas ESG: assunto decisivo para empresas e investidores
7 de dezembro de 2021
Líderes empresariais vêm enfrentando cada vez mais pressão para adequar seus negócios frente às mudanças econômicas e de posturas sociais que o mundo vem enfrentando nos últimos anos. Agora, além da lucratividade, posicionar-se em relação a questões emergentes do nosso tempo, como mudanças climáticas, impactos sociais positivos, além de respeito aos funcionários, se tornaram pontos determinantes para uma boa imagem corporativa frente à sociedade, e, é claro, investidores em potencial, mas principalmente, para perpetuidade dos negócios. Nessa perspectiva, as chamadas práticas ESG, apesar de não serem novas, estão cada vez mais “na boca do povo”.
O que são as práticas ESG?
ESG é uma sigla em inglês que designa environmental, social and corporate governance, em tradução literal: ambiental, social e governança corporativa. Basicamente, trata-se de um conjunto de fatores que avalia como uma organização impacta o meio ambiente e a sociedade e quanto tais assuntos, entre outros relevantes, são, de fato, abordados e considerados pela governança das empresas.
Observando cada letra da sigla, o ambiental, como se pode imaginar, enfoca boas práticas relacionadas ao meio ambiente. Nessa área, entram questões diversas que vão desde consumo consciente e maior preocupação com o ciclo de vida dos produtos, incluindo não só a reciclagem, mas até mesmo até o risco climático potencial das ações dessas empresas, bem como, a depender da área, a extração e o uso de matérias-primas e os efeitos na biodiversidade.
Por sua vez, o social das práticas ESG lembra que não é apenas a natureza que precisa ser considerada, o ser humano também é importante. A maneira como os funcionários e as comunidades locais são afetados deve ser levada em consideração. Prática que, entre tantas demandas, inclui até pensar na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e em como dados pessoais dos profissionais e clientes são protegidos. Por fim, a governança corporativa tem a ver com a garantia de núcleos e lideranças para observar e manter a responsabilidade dentro de uma empresa. As considerações incluem a diversidade no trabalho (gênero, raça, idade), a transparência, políticas de combate à corrupção e assim por diante.
Por que o tema segue importante?
Porque é um fato comprovado que esta é uma demanda capaz de criar valor de curto e longo prazo. Para se ter uma ideia, segundo uma pesquisa global realizada em 2020 pela McKinsey, 83% dos líderes executivos e profissionais de investimento esperam que as práticas ESG contribuam com mais valor para os acionistas num período de cinco anos. Eles também indicaram que estariam dispostos a pagar um prêmio médio de cerca de 10% para adquirir uma empresa com um histórico positivo para questões ESG.
Manter uma boa reputação corporativa, claro, condizente com a realidade, atrair e reter talentos, ações pautadas em melhores práticas ESG terminam por melhorarem o desempenho financeiro de uma empresa. Os entrevistados do estudo, em geral, afirmaram que instituições atentas a esse tipo de demanda fortalecem a posição competitiva da organização e atendem às expectativas da sociedade quanto ao bom comportamento empresarial.
“Essa evolução e maior discussão dos critérios ESG é reputacional, é do mercado financeiro, mas também está ligada à própria competitividade das empresas. Hoje, quando você abre um jornal, por exemplo, vê várias empresas querendo mostrar o quanto elas têm de impacto positivo para a sociedade e, com isso, mostrar que os seus produtos não só têm qualidade, como contribuem efetivamente para a sociedade”, diz Fernanda Stefanelo, sócia das áreas Ambiental e ESG do Demarest.
Um outro estudo, realizado pela agência de pesquisa norte-americana Union + Webster e divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), comprova este cenário. Nele, concluiu-se que 87% da população brasileira têm preferência por produtos e serviços de empresas sustentáveis. Além disso, outros 70% afirmaram não se importar em pagar um valor mais alto por isso.
Ajudando os clientes a tomar decisões inteligentes sobre ESG
Não é nenhuma surpresa que muitos fundos de investimentos e instituições financeiras estejam procurando produtos que se posicionam por meio de critérios ESG. Há um bom tempo, essas práticas se tornaram a régua para medir e tomar decisões tanto para as empresas quanto para o impacto ético de um investimento. Inclusive, é um equívoco pensar que os escritórios de advocacia podem aconselhar clientes sobre questões das práticas ESG sem garantir que sua própria casa esteja em ordem.
“A responsabilidade é um processo de humanização das empresas. Você começa a olhá-las como se olha para pessoas e pede que tenham uma ética e postura específica, tal qual exigimos das pessoas. Já não existe mais o conceito da empresa como entidade para lucrar, sem responsabilidade”, completa Andoni Bengoa, sócio da área de Fusões e Aquisições e de ESG do Demarest. No escritório, as práticas ESG já são uma realidade há muito tempo. Com uma ideia de advogar por um mundo melhor, ações de inclusão e equidade como D Raízes, D Mulheres, D Mais e muitas outras dão a tônica do que as empresas podem fazer para se adequar aos novos tempos.
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