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Demarest promove evento sobre tecnologia e inclusão social
21 de setembro de 2023
No dia 9 de agosto, o escritório de advocacia Demarest organizou o webinar Inclusão pela tecnologia e os desafios da inclusão racial no mercado de trabalho. Realizado em formato híbrido, o evento refletiu sobre a relação entre tecnologia e inclusão social e o afroempreendedorismo, contando com a participação de:
- O sócio Daniel Caramaschi, coordenador do Disrupt, área atuante no segmento de startups e empresas de inovação;
- A sócia Marcia Cicarelli, sponsor do D Impacto, iniciativa que promove ações de responsabilidade social;
- O advogado Robson de Oliveira, líder do D Raízes, frente do D Impacto voltada a ações de diversidade racial no escritório;
- O convidado Sérgio All, fundador da Conta Black, banco digital pensado por e para pessoas negras.
A conversa abordou principalmente a falta de visibilidade das pessoas negras no mercado de trabalho e no sistema financeiro, escutando as experiências de vida e de carreira de Oliveira e Sérgio All. Os profissionais apontaram quais são os desafios encontrados por investidores e empresários negros no Brasil, assim como as soluções para aliar tecnologia à inclusão social e econômica.
Venha entender as pautas levantadas no evento.
Inclusão e diversidade racial no mercado de trabalho
Oliveira iniciou o debate evidenciando que as desigualdades relacionadas à inserção de pessoas negras no mercado de trabalho são uma questão muito ampla, com origem nas disparidades sociais e no limitado acesso à educação por parte da população brasileira.
O último censo do IBGE conclui que 56% dos brasileiros se identificam como negros ou pardos, no entanto, dados da Superinteressante trazidos pelo advogado apontam que somente uma a cada quatro pessoas que finalizam o Ensino Superior é negra. A referência também mostra que 70% das pessoas em situação de extrema pobreza são negras, assim como outras estatísticas que comprovam a desigualdade no país.
Oliveira pontuou que a política de cotas aumentou o acesso de jovens negros ao Ensino Superior, porém ainda não garante efetivamente que esses estudantes ingressem em programas de estágio e no mercado de trabalho.
Seccionando a discussão para o segmento jurídico, o especialista destacou que apenas 11% da equipe de trabalho dos grandes escritórios de advocacia é negra. A porcentagem é baixa, mas representa um grande avanço. Em 2018, quando o D Raízes foi criado, o valor era menor que 1%.
Oliveira defendeu que as empresas devem pensar em quatro pilares para conseguirem promover uma inclusão genuína: incluir, acolher, capacitar e reter os talentos. Além da captação de profissionais também notar profissionais negros, é importante criar um ambiente de trabalho não-discriminatório, que combata condutas inadequadas e ofensivas. Muitas vezes, atos racistas se iniciam apenas com um olhar, como mostra o seguinte vídeo:
Adiante, o advogado concluiu que as empresas precisam oferecer oportunidades justas de crescimento dentro do negócio. Isso inclui o acesso a cursos de capacitação e a cargos de liderança também por parte dos colaboradores negros.
Afroempreendedorismo: tecnologia, inclusão social e econômica
O convidado Sérgio All seguiu o evento contando sua história pessoal e profissional até a fundação da Conta Black. O empresário, nascido em um bairro periférico de São Paulo, narrou as dificuldades enfrentadas desde a infância: além da pobreza, o racismo muitas vezes tentou impedi-lo de construir uma carreira de sucesso. Sua mãe sempre lhe foi uma fonte de sabedoria e incentivo, ajudando-o a superar cada empecilho.
Sérgio All começou a trabalhar como office boy em uma loja de departamentos, aflorando seu espírito empreendedor ao solucionar problemas no setor financeiro e crescer neste segmento. Em seguida, por conta de seus conhecimentos em programação, fundou uma ferramenta de buscas para games, abrindo portas para que trabalhasse no setor de jogos da Apple anos mais tarde.
Essa experiência lhe permitiu fundar sua agência de publicidade e criação de sites, área na qual não costumava encontrar outros empresários negros. Assim, trabalhar com tecnologia lhe deu espaço para incentivar outras pessoas negras a ingressarem no mercado de trabalho.
Por que uma instituição financeira pensada para pessoas negras?
Um dia, ao tentar expandir seu negócio, o empresário teve seu pedido de crédito (que já estava pré-aprovado) negado pelo gerente do banco. Esse episódio foi a motivação de uma longa pesquisa sobre a segregação de pessoas negras no setor financeiro.
Sérgio All descobriu que 32% dos empreendedores pretos ou pardos tiveram um ou mais pedidos de crédito negados sem que as razões fossem esclarecidas – assim como havia ocorrido com ele. Este e outros dados foram recolhidos pela Afro Business, entidade criada pelo empresário para oferecer ferramentas de capacitação financeira a outros empreendedores negros.
Após 15 anos do ocorrido e muitas pesquisas sobre a necessidade da inclusão econômica de pessoas negras, Sérgio All fundou a Conta Black, um serviço financeiro customizado às demandas da população brasileira. A empresária Fernanda Ribeiro participou do processo como co-fundadora e hoje é CEO da instituição.
A visibilidade da Conta Black alcançou a ONU: a empresa assumiu o compromisso com o Pacto Global da entidade. Além disso, muito mais do que serviços financeiros, a Conta Black promove diversas ações sociais e de educação financeira em lugares carentes.
Para conferir a história inspiradora de Sérgio All e compreender melhor o impacto da tecnologia na inclusão social, assista ao webinar na íntegra.
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