Aneel publica chamada sobre os projetos de hidrogênio
Em 12 de março de 2024, a partir da Consulta Pública nº 18/2023, a Aneel definiu as regras da Chamada nº 23/2024 de projetos de hidrogênio no setor elétrico. Essa chamada visa cadastrar projetos apoiados pelo Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (“PDI”), com foco na produção de hidrogênio renovável.
A Chamada nº 23/2024 compreende:
(i) a implantação de sistema de produção de hidrogênio a partir de fontes renováveis de geração de energia elétrica (hidráulica, solar e eólica), bem como de fontes de baixo carbono, biomassa, nuclear, geotérmica, marinha ou termelétrica (com captura, armazenamento e utilização do carbono); ou
(ii) o desenvolvimento ou nacionalização de tecnologias que contribuam para a eficiência energética dos processos de conversão e/ou de armazenamento do hidrogênio. O prazo para execução do projeto é de 48 meses.
As empresas interessadas deverão manifestar interesse por meio do endereço eletrônico pedestrategico@aneel.gov.br.
Acesse a notícia na íntegra e as regras sobre a Chamada nº 23/2024.
Aneel aprova Plano Estratégico para o ciclo 2024-2027
Em 21 de março de 2024, foi publicada a Portaria nº 6.886 que aprovou o Plano Estratégico da Aneel para o ciclo de 2024 a 2027. Entre os assuntos incluídos no Plano Estratégico, a Aneel incluiu diversos tópicos sobre o tema da Transição Energética, como:
- ampliação do conhecimento sobre o tema da Transição Energética e sua aplicação na Aneel;
- demonstração da alocação de custos e uso de subsídios na Transição Energética; e
- alinhamento das atividades regulatórias da Aneel associadas à Transição Energética.
Acesse o Plano Estratégico 2024-2027 na íntegra.
Combustível do Futuro é aprovado na Câmara dos Deputados
Em 13 de março de 2024, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei dos “combustíveis do futuro”, que introduz uma série de medidas para promover a descarbonização, mobilidade e transição energética.
Entre elas estão a criação do Programa Estadual de Veículos Elétricos (PEVE), o Programa Estadual de Biometano (PEB), e outros incentivos para impulsionar o desenvolvimento de energia renovável, hidrogênio e biocombustíveis. O projeto agora seguirá para análise pelo Senado.
Dentre os pontos abarcados no projeto de lei aprovado, destacam-se:
- Mistura do etanol: a nova margem de mistura de etanol à gasolina passará de 22% a 27%, podendo chegar a 35%. Atualmente, a mistura pode chegar a 27,5%, sendo, no mínimo, de 18% de etanol.
- Biodiesel: o biodiesel deve ser misturado ao diesel de origem fóssil no percentual de 14% desde março de 2024. A partir de 2025 será acrescentado 1 ponto percentual de mistura anualmente até atingir 20% em março de 2030.
- Programa Nacional do Diesel Verde (PNDV): até 2037, o Conselho Nacional de Política Energética (“CNPE”) fixará anualmente a quantidade mínima, em volume, de diesel verde a ser adicionado ao diesel de origem fóssil. Esse adicional deverá ser, no mínimo, de 3% por volume e levará em conta a comercialização em todo o território nacional.
- Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (PROBIOQAV): a ANP estabelecerá os valores das emissões totais equivalentes por unidade de energia computados no ciclo “do poço à queima” de cada rota tecnológica de produção de combustível sustentável de aviação (SAF), a fim de contabilizar a descarbonização em relação ao querosene de aviação fóssil.
- Biometano: o CNPE definirá uma meta anual de redução de emissões de gases de efeito estufa no mercado de gás natural comercializado, autoproduzido ou autoimportado pelos produtores e importadores de gás natural, a ser cumprida por meio do aproveitamento do biometano no consumo do gás natural. A obrigação entrará em vigor em 1º de janeiro de 2026, com valor inicial de 1% e não poderá exceder a 10% de redução das emissões.
- Captura e estocagem de carbono: a captura de dióxido de carbono para fins de estocagem geológica, seu transporte por meio de dutos e estocagem geológica serão realizados mediante autorização da ANP. Essa autorização terá vigência de 30 anos, prorrogável pelo mesmo período.
A proposta foi enviada para análise e aprovação do Senado Federal.
Publicado decreto que regulamenta as debêntures de infraestrutura
Em 27 de março de 2024, foi publicado o Decreto nº 11.964/2024, que tem por objetivo regulamentar os critérios e condições para o enquadramento de projetos de infraestrutura como prioritários para fins de emissão dos valores mobiliários com incentivo fiscal, conforme estabelecido pela Lei nº 12.431/2011 e a Lei nº 14.801/2024.
Desse modo, o novo decreto chega para regulamentar as denominadas “debêntures de infraestrutura”, que complementam as já conhecidas “debêntures incentivadas” (igualmente regulamentadas pelo Decreto nº 11.964/2024).
Entre os projetos da área de energia englobados pelo Decreto nº 11.964/2024 e que poderão fazer jus à emissão dos valores mobiliários com incentivo fiscal, estão:
- geração por fontes renováveis, transmissão e distribuição de energia elétrica;
- gás natural;
- produção de biocombustíveis e biogás, exceto a fase agrícola;
- produção de combustíveis sintéticos com baixa intensidade de carbono;
- hidrogênio de baixo carbono;
- captura, estocagem, movimentação e uso de dióxido de carbono; e
- dutovias para transporte de combustíveis, incluindo biocombustíveis e combustíveis sintéticos com baixa intensidade de carbono.
Clique aqui para acessar a íntegra do Decreto nº 11.964/2024.
NOTÍCIAS
Câmara dos Deputados aprova projeto sobre criação do Programa de Aceleração da Transição Energética
Em 20 de março 2024, a Câmara dos Deputados aprovou o PL nº 5174/2023, que institui o Programa de Aceleração da Transição Energética (“Paten”), cujo objetivo é incentivar o financiamento de projetos de desenvolvimento sustentável, permitir a utilização de créditos de pessoas jurídicas de direito privado perante a União como instrumento de financiamento e promoção da geração e uso eficiente de energia de baixo carbono. O projeto cria também o “Fundo Verde”, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (“BNDES”) de natureza privada e patrimônio próprio, visando garantir o risco dos financiamentos concedidos por instituições financeiras para o desenvolvimento dos projetos no âmbito do Paten.
Acesse a notícia e o PL nº 5174/2023.
Governo Federal entrega PL do Programa de Mobilidade Verde
Em 20 de março de 2024, o Governo Federal enviou ao Congresso Nacional, em regime de urgência, o PL que institui o Programa de Mobilidade Verde e Inovação (“Mover”), que possui o mesmo texto da Medida Provisória nº 1.205/2023, publicada em 30 de dezembro de 2023.
O objetivo central do programa é promover a expansão de investimentos em eficiência energética, estabelecer limites mínimos de reciclagem na fabricação de veículos, criar o IPI Verde para beneficiar as indústrias menos poluidoras, além de reduzir em 50% as emissões de carbono até 2030. Para alcançar essa meta, o Mover estabelece critérios mais rigorosos de sustentabilidade para os veículos novos comercializados no Brasil. Uma das principais inovações é a medição das emissões de carbono durante todo o ciclo de vida dos veículos, desde a fase de produção até o descarte. Essa abordagem contribuirá significativamente para que o Brasil cumpra seus compromissos ambientais e avance em direção a uma economia mais verde e responsável.
O Programa Mover sucede o Rota 2030, trazendo consigo algumas mudanças cruciais. Por exemplo, os veículos serão tributados com base em indicadores que consideram a fonte de energia para propulsão, o consumo energético, a potência do motor, a reciclabilidade, o desempenho estrutural e as tecnologias de assistência à direção. Aqueles que adotarem práticas mais sustentáveis serão recompensados com benefícios fiscais.
Outra diferença relevante diz respeito à redução do Imposto de Importação. Desse modo, fabricantes que importam peças e componentes sem equivalente nacional terão direito a essa redução. No entanto, para usufruir desse benefício, eles deverão investir 2% do valor total importado em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação em áreas consideradas prioritárias na cadeia de fornecedores. Os recursos provenientes desse investimento serão destinados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico, que será criado por meio de decreto e gerenciado pelo BNDES.
Essas medidas têm como objetivo promover a sustentabilidade, a inovação e a eficiência energética na indústria automobilística brasileira, contribuindo para um futuro mais consciente e ecologicamente responsável.
Acesse a notícia na íntegra.
Avanços nas políticas do Brasil para a transição energética são reconhecidos por investidores internacionais
Em 21 de março de 2024, durante o painel “Brasil: Líder global em energias renováveis”, na CERAWeek by S&P Global, em Houston, nos Estados Unidos, vários representantes do setor privado nacional e internacional reconheceram os progressos nas políticas públicas brasileiras voltadas para a transição energética.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, expôs os esforços em curso para assegurar regulação e estabilidade, a fim de atrair novos investimentos para o país.
Silveira enfatizou a importância de proporcionar estabilidade aos investimentos em um mundo globalizado, reconhecendo que os investidores buscam regulações seguras e ambientes de menor risco. O ministro também destacou que a transição energética é uma prioridade do governo, que lidera os esforços na redução de emissões e na promoção de energia limpa e renovável, tanto nacionalmente quanto internacionalmente.
O ministro ressaltou que o Brasil avança em todas as áreas, liderando mundialmente a produção de energia limpa e biocombustíveis, e que aproveitará a presidência do G20 e a COP 30 para destacar as capacidades do país e propor uma transição equilibrada. Além disso, Silveira mencionou políticas como o “Combustível do Futuro”, recentemente aprovado pela Câmara dos Deputados, que visa descarbonizar o transporte e a mobilidade no Brasil, e discutiu projetos para desenvolver a indústria energética brasileira de forma sustentável, incluindo oportunidades em hidrogênio e a participação na Aliança Global de Eólicas Offshore.
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No Canadá, Ministério de Minas e Energia lança guia sobre minerais críticos para a transição energética
Em 3 de março de 2024, o Ministério de Minas e Energia (“MME”) participou do Prospectors & Developers Association of Canada (PDAC), renomada convenção global de mineração e pesquisa mineral.
Representando o ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira, o diretor do Departamento de Transformação e Tecnologia Mineral do MME, Rodrigo Cota, divulgou, durante o Brazil-Canada Mining Brunch, o Guia Para o Investidor Estrangeiro em Minerais Críticos para a Transição Energética no Brasil.
Por sua vez, o ministro Silveira ressaltou que o Brasil é um dos líderes mundiais na transição energética, destacando nossa vasta gama de recursos naturais, fontes de energia limpa, força de trabalho qualificada e oportunidades promissoras para o avanço do setor de agregação de valor. Silveira afirmou que “com este guia, buscamos atrair investimentos e estabelecer parcerias em prol do Brasil.”
No dia seguinte, 04 de março, ocorreu o Brazilian Mining Day, um evento que reuniu expositores, investidores, analistas, executivos da mineração, geólogos e representantes governamentais, que participaram de painéis e palestras focados nos temas atuais da indústria mineradora brasileira.
Durante a abertura, o representante do MME ressaltou a importância da presença do Brasil em eventos como o PDAC. A programação incluiu debates sobre projetos de pesquisa de minerais importantes para tecnologias de baixo carbono, regulação governamental, segurança jurídica e investimentos de fundos de capital em minerais estratégicos no Brasil.
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