Insights > Perspectivas

Perspectivas

Direitos humanos: ONU cria novas diretrizes para investidores

14 de dezembro de 2022

Se as grandes, pequenas e médias empresas têm seus deveres ou voluntariamente estão se movimentando para internalizar as práticas ESG em toda sua cadeia de trabalho, os investidores institucionais têm visto a mesma necessidade de atrelar seus investimentos a critérios ESG, inclusive o respeito aos direitos humanos.

Esta mudança de cenário significa concentrar forças no investimento responsável, na integração de considerações ambientais, sociais e de governança corporativa em processos de investimento. Bem como, de pesar as consequências de suas ações no mundo. Por exemplo, deixando de investir ou restringindo investimento em empresas não aderentes ao respeito aos direitos humanos. 

O mês em que se celebra o Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ou Dia Internacional dos Direitos Humanos (10 de dezembro), é uma excelente oportunidade para investidores avaliarem o seu papel ativo na formação de resultados positivos do mundo real.

Esse papel vai além de atender às crescentes demandas de beneficiários, clientes e reguladores, como também ajudar a obter uma melhor gestão do risco financeiro e perpetuidade dos negócios. Ou seja, não se trata apenas de fazer a coisa certa moralmente, também é do interesse financeiro de qualquer investidor. 

A demanda é urgente e, inclusive, já está formalizada pela organização Princípios para Investimento Responsável (PRI) da ONU, assim como nas Diretrizes da OCDE para Empresas Multinacionais. 

Conheça o Programa de Investimento Responsável (PRI)

Lançado em 2006 pela Iniciativa Financeira do PNUMA e pelo Pacto Global da ONU, o grupo da Organização das Nações Unidas de Princípios para Investimento Responsável (PRI) é uma rede de investidores internacionais que trabalham juntos para colocar em prática os seis princípios que norteiam práticas de investimento voltadas ao ESG.

Entre outras coisas, o Programa de Investimento Responsável da ONU fornece uma estrutura voluntária pela qual todos os investidores associados podem incorporar critérios ESG em suas práticas e, assim, alinhar seus objetivos com os da sociedade em geral. 

Em agosto de 2022, para apoiar investidores institucionais na avaliação de desempenho dos direitos humanos, o grupo publicou um documento e nele identificou 18 metodologias para referências de direitos humanos.

Esses dados abrangem 11 setores e 24 grupos industriais e os parâmetros considerados em cada metodologia variam de igualdade de gênero e racial à liberdade de expressão, privacidade e combate ao trabalho escravo e infantil. Cada metodologia descrita no documento traz o contexto e objetivo do estudo, a abordagem metodológica, o escopo do setor, escopo das companhias, a abrangência geográfica e os tópicos em foco. 

De acordo como o PRI, para ser um investidor responsável e que respeita os direitos humanos, deve-se adotar um compromisso político com os direitos humanos reconhecidos internacionalmente; identificar resultados negativos reais e potenciais decorrentes de investidas; prevenir e mitigar os resultados negativos identificados; acompanhar a gestão contínua desses resultados; comunicar aos clientes, beneficiários, partes interessadas afetadas e públicas sobre os resultados e as ações tomadas; e não deixar de buscar a solução.

Os seis Princípios do Investimento Responsável segundo a ONU

Além desse documento, o PRI também mantém os Princípios para o Investimento Responsável, desenvolvidos para que os investidores tenham um norte traçado na hora de reconhecer como os critérios ESG podem afetar o desempenho de seus fundos de investimento. Da mesma forma, para que entendam como a aplicação de estratégias de investimento responsáveis têm o poder de ​​contribuir para uma sociedade melhor, além de negócios mais duradouros.

Para se alinhar a essas responsabilidades, os investidores devem se comprometer com seis princípios:

– Princípio 1: Incorporar temas ESG nas análises de investimentos e nos processos de tomada de decisão;
– Princípio 2: Serem pró-ativos e incorporar os temas ESG às políticas e práticas de propriedade de ativos;
– Princípio 3: Buscar divulgação adequada sobre assuntos ESG pelas entidades nas quais investem;
– Princípio 4: Promover a aceitação e implementação dos Princípios pelo setor de investimentos;
– Princípio 5: Trabalharem juntos para aumentar a eficácia na implementação dos Princípios;
– Princípio 6: Cada um deve relatar as atividades e progresso na implementação dos Princípios.


Áreas Relacionadas

Compartilhar